Acho que todos nós pensaremos em desistir, seja de algum jogo, filme, série, livro ou de alguém, de algum emprego, de alguma faculdade, de algum sonho. Cedo ou tarde a vontade de desistir de algo baterá a nossa porta e estaremos cansados demais para recusarmos a visita e não convidarmos ela para entrar e tomar uma xícara de café.
Algumas coisas nessa vida são inevitáveis e eu me sinto grata por lá no fundo saber disso. É bom quando temos consciência de que certas coisas simplesmente precisam acontecer e vão acontecer. Mas aceitar ou passar por elas é outra história nada fácil.
Quando ainda era criança, vivia sonhando acordada com o futuro e como ele poderia ser maravilhoso. Agora, já com a infância deixada para trás, estou com um medo enorme por estar em uma parte desse futuro e ele não parecer nada com o que imaginei. Sim, eu entendo todas as complicações ao idealizar demais alguma coisa, mas estou meio sem rumo, meio perdida.
Ultimamente tenho pensado muito na minha vida e no caminho que ela está seguindo ou deixando de seguir. São tantas escolhas que podemos fazer e tantos destinos que podemos encontrar. Não sei se conseguem entender a imensidão de situações que podemos decidir agora para lá na frente estarmos onde gostaríamos de estar. Não sei se conseguem entender parte do que estou tentando desabafar, mas quanto mais penso no futuro, agora, aos 25 anos, mais confusa e receosa me sinto.
Sou grata por ter o direito a essas escolhas. De verdade, tenho muita gratidão por poder escolher o caminho que quero para minha vida. Mas a responsabilidade não costuma ser algo leve de se carregar, ainda mais quando estamos falando desse futuro que vive sendo questionado pelas pessoas ao nosso redor.
No meio de toda essa confusão apocalíptica pré-futuro da minha vida, estou pensando seriamente sobre como venho gastando meu tempo, onde posso estar errando, se no fundo realmente não sei o que quero ou se sei e só estou com medo de seguir adiante. Por isso venho pensando em desistir. Desistir, no caso, do blog. Sabe quando questionamos todas as coisas que fizemos e estamos fazendo em nossa vida? Pois é, estou nessa parte agora e não consigo avançar.
Fico pensando se vale a pena passar tanto tempo me dedicando ao blog, se devo investir tudo como algumas pessoas costumam me dizer, se devo largar de mão e fazer algo realmente útil como outras pessoas também costumam me dizer. Sei que as intenções são boas, a maioria não faz por mal, mas essa tonelada de sugestões e palpites sobre o que eu deveria fazer nem sempre ajudam, só pioram e acumulam um monte de ideias que nem mesmo sei se quero levar adiante, alguém consegue entender?
Acompanhar tantas vidas online também não faz tão bem assim. Ver tantas realizações e sucesso poderiam funcionar como inspiração, mas em alguns casos acabam sufocando. Alguns de vocês devem estar querendo me dizer para parar de ser chata e tomar alguma atitude, correr atrás de algo, mas não sei bem expressar essa sensação, é como se eu estivesse presa e cada decisão que posso tomar fosse uma bomba relógio. Já admiti e estou indo atrás de ajuda, pois realmente quero fazer alguma coisa a respeito e entender melhor o que isso pode significar.
Então peço paciência, meus caros e queridos leitores de quinta. Na faculdade precisei dar uma pausa para conseguir fazer todos os trabalhos e agora, mesmo já formada, continuo precisando fazer uma pausa para decidir o que fazer com a minha vida. Quem diria que ao me livrar de uma pressão fosse cair em outra muito maior? Antes era para escolher uma graduação, depois era para me formar, agora é todo esse grito desesperado para o futuro que não faço a mínima ideia de como construir. Espero que vocês, aí do outro lado, estejam melhores que eu. Caso também estejam passando por maus bocados, venham cá, vamos nos abraçar todos juntos nessa sensação de fracasso e indecisão com a vida. Ninguém nunca nos disse que seria fácil, mas não imaginei que seria tão difícil assim.
A foto usada no post está sob licença do site We Heart It*